sexta-feira, 8 de junho de 2018

corrente, como a água dos rios


deixe-me ir, preciso andar. vou por aí a procurar: sorrir pra não chorar

não é saudade de alguém especifico, é saudade do que, talvez, um alguém pode fazer por mim
não ligo muito se algumas pessoas falam a ou b quando eu posto algo um pouco depressivo, ou quando eu falo mil vezes sobre o mesmo assunto, inclusive eu reconheço que sempre volto pro sofrer

se eu fosse de brinquedo, talvez as dores seriam muito menores. era só ser jogado de um lado pro outro. mas aqui é real, com sentimentos reais. aí que se esconde a verdadeira dor
e como diriam alguns: “eu vou continuar declamando saudade até que alguém me apresentem outro poema”

porque o que eu declamo em todo lugar que passo, nas viagens, nos bares, nas ruas, nada mais é que no fundo uma vontade de viver algo parecido com aquilo que vejo. só que com alguma pessoa ao meu lado

acho que já vivi coisa demais comigo mesmo. já deu. agora eu quero dividir as coisas que estão por vir com alguém
não é que eu tenha medo de viver sem alguém do lado.
e, posso garantir, que não sinto nenhum medo em ficar meses sem outra boca. sem imediatismos, o que acontece hoje (e o hoje é o que realmente importa) é a falta que sinto de uma ligação de três horas, que passam tão rápidas quanto quinze minutos, cheia de assuntos sem nenhum sentido, falta de alguém pra aguentar eu falando como aquele filme é bom, estou sentindo falta de que sintam falta de mim

sei que parece dramático. mas quando se vive o que eu vivo e como eu vivo, logo se percebe que todo drama que fizer é pouco. não que eu ache que os meus problemas sejam maiores que de alguém, ou muito menos piores, mas eles são os meus

e eu nunca fui de exigir demais! não é tanto a falta de ter alguém comigo que grita mais alto. eu poderia ter alguém por um fim de semana, mas que esse alguém conseguisse me convencer que eu fiz diferença nas horas que ficamos juntos.
não são todos os beijos que preencheriam o que falta pra mim

mas também, vou te falar, se for pra matar essa minha falta com alguém que não me acrescente nada além de um número a mais na soma de pessoas com quem dividi meu ar, prefiro permanecer em casa com meus filmes e livros.
cansei da parte da vida que comemora o: “não se preocupa com o amanhã, vai lá e faz”. eu quero ter um número de telefone pra ligar amanhã, sim

é só um desabafo, não espero nem que entenda, só que me ouça
eu te venero muito, tempo